Que bom que você chegou aqui. Para quem não me conhece, uma breve, brevíssima história.
Nasci em São Paulo, cresci lendo e escrevendo, estudei jornalismo mas nunca deixei de escrever outras coisas. Tive alguns blogs que ficaram para trás porque o tempo passa e a gente muda. De cabeça, de país, de vida. Aos 24 anos fui morar em Londres, onde conheci, entre outras maravilhas, Alexandre, meu grande amor e marido.
Depois de 5 anos voltamos ao Brasil. Fiquei um pouco desligada da escrita, muito envolvida com trabalho, mas não deixei de escrever. Em 2012 tive meu primeiro filho e uma profunda depressão pós-parto. Esse é o tema de um de meus livros em gestação. Minha experiência foi tão traumática que apenas agora, 6 anos depois, consegui começar a escrever sobre o assunto do jeito que gosto de escrever: pelada, sem floreios, sem medo de ser julgada.
Léo tinha alguns meses de vida quando nos mudamos para Nova York, oportunidade linda de promoção no trabalho do marido. Lá ficamos 4 anos e tive (acidentalmente) minha segunda filha, cujo parto e pós-parto foram maravilhosos, graças a muitas coisas, entre elas medicação, experiência e um bebê-anjo nos meus braços. Também não consegui tempo ou espaço mental para escrever.
Em 2017 nos mudamos, eu e marido, dois filhos, duas gatas, para Paris, mais especificamente Maisons-Laffitte, uma cidadezinha mágica a 20 minutos de trem da capital. Com o nascimento de Catú e a mudança para a França, parei de trabalhar. Voltei a escrever recentemente. Agora minha filha vai para a escolinha algumas vezes por semana e, entre aulas de francês, supermercado, cozinha, faxina, leva e traz de crianças, lava-seca-dobra (jamais passa) roupas, playdates e burocracias (quem reclama do Brasil não sabe a insanidade que é a máquina pública francesa), consigo um tempo para escrever.
E o que estou escrevendo?
Tem o livro sobre depressão pós-parto que mencionei. Tem também um livro de ficção que finalmente saiu da inércia de nunca sair do zero. E tenho contos que escrevo num outro blog, fechado apenas para mim, que pretendo um dia organizar, revisar e também publicar.
Não sei no que vai dar, mas sempre foi um sonho. Eu deveria é ir atrás de trabalho remunerado porque a vida aqui, gente, não é fácil. Eu disse que o marido largou a vida de banqueiro em Nova York para virar professor universitário na França, ganhar um quinto do salário que tinha para viver uma vida com mais sentido? E disse que o amo ainda mais por ter tido essa coragem tão rara de ir contra o redemoinho?
Vou eu, então, também remar contra. Hoje, se perguntam minha profissão, ainda um pouco encabulada falo que sou escritora. Não ganho nada por isso, não publiquei nada ainda. Não fechei nenhum contrato com editora, com revista, nem com parceiros pra blog. Não tenho nem público pra isso. Mas falo que sou escritora, falo para mim mesma, para acostumar. Sou escritora. I'm a writer. Je suis une écrivain. E sinto um quentinho no peito, um orgulho de finalmente, novamente escrever. Além de todo resto, apesar de todo o resto.
Nasci em São Paulo, cresci lendo e escrevendo, estudei jornalismo mas nunca deixei de escrever outras coisas. Tive alguns blogs que ficaram para trás porque o tempo passa e a gente muda. De cabeça, de país, de vida. Aos 24 anos fui morar em Londres, onde conheci, entre outras maravilhas, Alexandre, meu grande amor e marido.
Depois de 5 anos voltamos ao Brasil. Fiquei um pouco desligada da escrita, muito envolvida com trabalho, mas não deixei de escrever. Em 2012 tive meu primeiro filho e uma profunda depressão pós-parto. Esse é o tema de um de meus livros em gestação. Minha experiência foi tão traumática que apenas agora, 6 anos depois, consegui começar a escrever sobre o assunto do jeito que gosto de escrever: pelada, sem floreios, sem medo de ser julgada.
Léo tinha alguns meses de vida quando nos mudamos para Nova York, oportunidade linda de promoção no trabalho do marido. Lá ficamos 4 anos e tive (acidentalmente) minha segunda filha, cujo parto e pós-parto foram maravilhosos, graças a muitas coisas, entre elas medicação, experiência e um bebê-anjo nos meus braços. Também não consegui tempo ou espaço mental para escrever.
Em 2017 nos mudamos, eu e marido, dois filhos, duas gatas, para Paris, mais especificamente Maisons-Laffitte, uma cidadezinha mágica a 20 minutos de trem da capital. Com o nascimento de Catú e a mudança para a França, parei de trabalhar. Voltei a escrever recentemente. Agora minha filha vai para a escolinha algumas vezes por semana e, entre aulas de francês, supermercado, cozinha, faxina, leva e traz de crianças, lava-seca-dobra (jamais passa) roupas, playdates e burocracias (quem reclama do Brasil não sabe a insanidade que é a máquina pública francesa), consigo um tempo para escrever.
E o que estou escrevendo?
Tem o livro sobre depressão pós-parto que mencionei. Tem também um livro de ficção que finalmente saiu da inércia de nunca sair do zero. E tenho contos que escrevo num outro blog, fechado apenas para mim, que pretendo um dia organizar, revisar e também publicar.
Não sei no que vai dar, mas sempre foi um sonho. Eu deveria é ir atrás de trabalho remunerado porque a vida aqui, gente, não é fácil. Eu disse que o marido largou a vida de banqueiro em Nova York para virar professor universitário na França, ganhar um quinto do salário que tinha para viver uma vida com mais sentido? E disse que o amo ainda mais por ter tido essa coragem tão rara de ir contra o redemoinho?
Vou eu, então, também remar contra. Hoje, se perguntam minha profissão, ainda um pouco encabulada falo que sou escritora. Não ganho nada por isso, não publiquei nada ainda. Não fechei nenhum contrato com editora, com revista, nem com parceiros pra blog. Não tenho nem público pra isso. Mas falo que sou escritora, falo para mim mesma, para acostumar. Sou escritora. I'm a writer. Je suis une écrivain. E sinto um quentinho no peito, um orgulho de finalmente, novamente escrever. Além de todo resto, apesar de todo o resto.