quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Bem vindo, Welcome, Bienvenue!

Que bom que você chegou aqui. Para quem não me conhece, uma breve, brevíssima história.

Nasci em São Paulo, cresci lendo e escrevendo, estudei jornalismo mas nunca deixei de escrever outras coisas. Tive alguns blogs que ficaram para trás porque o tempo passa e a gente muda. De cabeça, de país, de vida. Aos 24 anos fui morar em Londres, onde conheci, entre outras maravilhas, Alexandre, meu grande amor e marido.

Depois de 5 anos voltamos ao Brasil. Fiquei um pouco desligada da escrita, muito envolvida com trabalho, mas não deixei de escrever. Em 2012 tive meu primeiro filho e uma profunda depressão pós-parto. Esse é o tema de um de meus livros em gestação. Minha experiência foi tão traumática que apenas agora, 6 anos depois, consegui começar a escrever sobre o assunto do jeito que gosto de escrever: pelada, sem floreios, sem medo de ser julgada.

Léo tinha alguns meses de vida quando nos mudamos para Nova York, oportunidade linda de promoção no trabalho do marido. Lá ficamos 4 anos e tive (acidentalmente) minha segunda filha, cujo parto e pós-parto foram maravilhosos, graças a muitas coisas, entre elas medicação, experiência e um bebê-anjo nos meus braços. Também não consegui tempo ou espaço mental para escrever.

Em 2017 nos mudamos, eu e marido, dois filhos, duas gatas, para Paris, mais especificamente Maisons-Laffitte, uma cidadezinha mágica a 20 minutos de trem da capital. Com o nascimento de Catú e a mudança para a França, parei de trabalhar. Voltei a escrever recentemente. Agora minha filha vai para a escolinha algumas vezes por semana e, entre aulas de francês, supermercado, cozinha, faxina, leva e traz de crianças, lava-seca-dobra (jamais passa) roupas, playdates e burocracias (quem reclama do Brasil não sabe a insanidade que é a máquina pública francesa), consigo um tempo para escrever.

E o que estou escrevendo?

Tem o livro sobre depressão pós-parto que mencionei. Tem também um livro de ficção que finalmente saiu da inércia de nunca sair do zero. E tenho contos que escrevo num outro blog, fechado apenas para mim, que pretendo um dia organizar, revisar e também publicar.

Não sei no que vai dar, mas sempre foi um sonho. Eu deveria é ir atrás de trabalho remunerado porque a vida aqui, gente, não é fácil. Eu disse que o marido largou a vida de banqueiro em Nova York para virar professor universitário na França, ganhar um quinto do salário que tinha para viver uma vida com mais sentido? E disse que o amo ainda mais por ter tido essa coragem tão rara de ir contra o redemoinho?

Vou eu, então, também remar contra. Hoje, se perguntam minha profissão, ainda um pouco encabulada falo que sou escritora. Não ganho nada por isso, não publiquei nada ainda. Não fechei nenhum contrato com editora, com revista, nem com parceiros pra blog. Não tenho nem público pra isso. Mas falo que sou escritora, falo para mim mesma, para acostumar. Sou escritora. I'm a writer. Je suis une écrivain. E sinto um quentinho no peito, um orgulho de finalmente, novamente escrever.  Além de todo resto, apesar de todo o resto.


9 comentários:

  1. Minha amada irmã,
    Desde seus bilhetes, "arquivos de fofura", estrela pulsante, poeminhas, vc sempre foi escritora. Você encanta com as palavras. Morro de orgulho de vc. Sou sua fã. Te amo. Jo

    ResponderExcluir
  2. Dear Bibinha,

    Congratulations on your new blog. I'm happy to say that I understood nearly 99% of the Portuguese words starting with "Z" (just kidding). Anyhow, you now have a golden opportunity to write. Have you considered writing humor? Maybe something as yet untouched. Lets see... There's Socialism, Communism, Dictatorshipism, and Democracy. But, nobody has covered the "Universal System", which I just created, and which is truly all-encompassing. It's sole tenet is the truth we have avoided for eons, which is: Government can do anything badly.

    Have fun,
    Neal

    ResponderExcluir
  3. Acho que além de termos o mesmo nome, temos outra identificação - a escrita. Sempre gostei, sempre quis, mas acabei deixando pra lá...Pelo visto, e que bom!, nisso vc vai ser inteiramente diferente de mim e, também, muito mais talentosa e competente. Estou adorando te ler por aqui e torcendo para que esse blog ganhe editora e mundo. Tenho certeza que leitores não te faltarão! Beijos literários

    ResponderExcluir
  4. Querida, que alegria ler esse seu primeiro texto. Vai ser um prazer te acompanhar, te ler. É bom ter uma amiga escritora, pra se emocionar com suas histórias e ideias. Je t'embrasse bien fort! <3

    ResponderExcluir
  5. Que coisa linda afirmar que sua profissão é ser escritora! Nossa relação com o trabalho é uma coisa meio maluca. Para mim, que fiz Letras, preencher o campo de profissão sempre causou dilema. Por anos usei o "professora" mesmo sem dar aula (e odiando a ideia de dar). Quando enfim me descobri editora, informar a profissão se tornou um grande prazer. E hoje, mesmo que eu não esteja empregada nem trabalhando com edição, é isso o que sei que sou: uma editora. Um passo maravilhoso você assumir essa sua profissão, apenas por saber-se ser. Vida longa aos seus escritos. Estarei por aqui!
    Beijos,
    Manelsinha.

    ResponderExcluir
  6. ... et l'oiseau de paradis a quitté son nid. Vole haut et nous enchanter. Perdoe meu, arg!, francês de prateleira.

    ResponderExcluir
  7. Biazinha querida, você sempre escreveu muito bem. Adoro ler tudo o que você posta. E admiro a honestidade e a integridade de seus depoimentos. Vai dar super certo! Tia Eva

    ResponderExcluir
  8. Ótimo conteúdo e como você escreve bem!
    Beijo
    Sonia Violeta

    ResponderExcluir

Isso não é um poema

Esses dias tive um alumbramento.  Entendi tudo.  A história de dormir humano e acordar  borboleta E dormir borboleta e acordar  humano....